Forças de segurança retornam à área cumprindo decisão judicial dias depois de saírem de lá. Povo Xavante considera equívoco atribuir problema à embate entre brancos e índios
A presença de invasores não indígenas na TI Marãiwatsédé fez com que ela se tornasse a terra mais desmatada da Amazônia Legal. Segundo informações do De Olho nas Terras Indígenas, cerca de 60% da área dessa terra do povo Xavante foi desmatada até o ano de 2009.
Após 20 anos, povo Xavante pode reaver suas terras. Notificações e listas oficiais do governo revelam envolvimento de latifundiários, vereadores, prefeitos e até um desembargador na ocupação ilegal.
Indígenas de Marãiwatsédé denunciam ameaças e pedem mais segurança para deslocamentos fora da aldeia durante processo de desintrusão. A perseguição por quatro veículos ao carro da Sesai dirigido pelo filho do cacique Damião Paridzané no dia 3/12 foi mais um caso de atentado direto à integridade física dos indígenas que há 46 anos lutam para retornar e reocupar seu território tradicional.
A transcrição de um programa da Rádio Mundial FM, datado de 20 de junho de 1992, revela como políticos da região de Marãiwatsédé, no MT, orquestraram a ocupação ilegal da terra após sua demarcação como território do povo Xavante.
Com 80% das crianças desnutridas, o povo Xavante de Marãiwatsédé denuncia situação de calamidade no atendimento à saúde, agravado por falta de água potável e restrições de acesso ao seu território tradicional
Em artigo publicado pelo Estado de S. Paulo, o sociólogo e professor emérito da USP José de Souza Martins remonta a história da invasão não indígena à terra Xavante.
"Marãiwatsédé, terra dos xavante" é um especial multimídia que busca contextualizar e apresentar informações detalhadas sobre o processo de desintrusão da Terra Indígena Marãiwaisédé (MT), do povo Xavante.